Antigamente




Antigamente... ... ...

A imagem se refletia nas águas claras do rio.
O colorido era real, sem estimulantes.
O sol brilhante caminhava sorrindo,
espalhando os raios sobre os montes.



As aves eram livres,
Os animais selvagens ainda se orgulhavam
em possuir um reino todo seu.

Os peixes coloridos nem se importavam
com as sombras que passavam sobre o rio.

Antigamente a lua era motivo de encontros e alegria.
As estrelas tinham nome e às vezes se escondiam
num pisca-pisca charmoso atrás do sol.

Antigamente os homens se encontravam e falavam bom dia,
no vilarejo pobre que atrás da serra se escondia,
para sentir conhecer o amor.

Naquele tempo as crianças construíam castelos,
Fabricavam brinquedos que apesar de singelos,
Tinham vida e cor.
Era legal demais! e, sem computador.

Antigamente, sem poluição,
Era possível sentir o cheiro do mato,
O perfume doce das camélias.
Era possível! ah! era possível!
Correr pelas calçadas sem estar fugindo de ladrão.

Ao abrir as janelas e portas de manhã
Entrava o sol, a luz, a vida, o amigo, a irmã,
Para compartilhar, sorrir e até sonhar.

O mundo era grande demais e havia espaço.
Para brincar, correr sem rebentar o laço
Do amor de irmão.
Era legal demais!
Ninguém ficava só, preso ao computador e à televisão.

Faz muito tempo! mas, era assim.
Muita coisa mudou... para melhor? Talvez.
Muita coisa acabou...
E agora o ar condicionado substitui a brisa,
O perfume francês o cheiro do jasmim.
O robô rouba o pão do homem sofredor
E o computador manda mensagem de amor.

Antigamente era legal demais!
Até quando ensinavam tabuada,
Numa cantoria repetida, ritmada.
Dois mais dois? Quatro.
Três mais três? Seis.
Três mais quatro? Sete.

Hoje, coisas assim e outras mais...
São resolvidas secamente pela Internet.

Por isso o melhor mesmo é esperar
que a terra volte à posição inicial,
As geleiras se derretam totalmente,
O clima volte a ser como foi antes,
A vaca e a ursa pastando livremente,
O leão comendo palha com o boi,
O homem puro como um dia foi
E a criança de peito brincando sem receios
Na toca da serpente.
Sei que será bem melhor que antigamente.




Pra.Esmeralda Campelo

www.esmeraldacampelo.com.br

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